A contribuição da terapia floral para o autoconhecimento, harmonia e bem-estar dos profissionais de saúde nos tempos atuais.
Este artigo é fruto de um trabalho de voluntariado, a partir da terapia floral, na escuta online das vivências e angústias dos profissionais de saúde, atuantes nas linhas de frente no atendimento a pacientes da atual pandemia.
O artigo apresenta ainda sugestões para promoção da gestão das emoções, permitindo maior harmonia e desempenho pessoal e profissional.
Depoimentos
A seguir são listados os principais aspectos vividos, com respectivos depoimentos dos próprios profissionais.
“A equipe está no limite”
Prestar assistência aos familiares de pacientes críticos em risco iminente de morte é uma atividade difícil e complexa. Com o elevado nível de estresse, o profissional pode não oferecer a ação de empatia que gostaria de praticar, diante das circunstâncias. Observa-se aqui o quanto o estresse dificulta a empatia necessária, juntos aos familiares.
"Num plantão normal, a gente já não almoça. Mas agora está num ritmo tão absurdo, que a gente está deixando de tomar água para não precisar parar e ir ao banheiro"
Como suportar as mais primárias necessidades biológicas, frente a urgência dos atendimentos que se acumulam à sua frente, tendo que escolher a cada momento uma nova prioridade. Nota-se a preocupação em manter o ritmo do trabalho, em detrimento de suas próprias necessidades.
“Não vai ter corpo clínico ou de enfermagem para atender todo mundo”.
A escassez de recursos, sejam equipamentos, pessoas e demais itens envolvidos no sistema de saúde parece ao profissional de saúde como um grande desafio à sua própria superação. Observa-se aqui o medo da sobrecarga pessoal e do sistema.
“Estamos vivendo também uma pandemia de saúde mental”
O atual nível de ansiedade e estresse apresentado pelos profissionais de saúde, devido elevada carga de trabalho, pode aumentar o risco de realização de intervenções indevidas.
“Meu sentimento é de frustração, quando chego no final do trabalho e percebo que não consegui fazer tudo que deveria ser feito”
Todo profissional tem a expectativa de realizar aquelas tarefas que lhe competem ao longo do seu expediente de trabalho. No contexto atual, os profissionais de saúde apresentam sentimento de frustração, justamente por não atingir essas expectativas.
“Estou ficando paranoica, tenho medo de me contaminar e aos meus familiares”
Ao mesmo tempo em que é cada vez mais divulgado o isolamento como prática para proteção da saúde, fica na mente desses profissionais o medo permanente de se transformar em um agente de disseminação da doença junto aos seus familiares.
“Estou em pânico”
Cada vez mais, as ocorrências de contaminação nos colegas de trabalho, eleva a preocupação com a própria contaminação, gerando momentos de insegurança e pânico.
“A atuação em plantões noturnos é estressante”
Plantões noturnos apresentam-se como fatores de agravamento nas alterações de sono e humor, ampliando o estresse.
Sugestões
Acreditamos que as recomendações a seguir possam colaborar no desenvolvimento de competências pessoais para o enfrentamento do cenário atual dos profissionais de saúde:
- IDENTIFIQUE SUAS HABILIDADES E LIMITAÇÕES
É importante entender o porquê de trabalhar a Gestão Emocional, compreendendo quais são suas facilidades e dificuldades. Se necessário, procure uma ferramenta ou processo que o permita ampliar seu autoconhecimento, que ajudará no melhor uso das habilidades e desenvolvimento de suas limitações.
- ADMINISTRE OS SEUS PENSAMENTOS E EMOÇÕES
Identifique seus pensamentos e emoções para trabalhar o equilíbrio entre a razão e a emoção. Utilize seu lado racional para avaliar os riscos e as vantagens. Lembre-se que o lado emocional leva à ação, com menor análise e possíveis maiores consequências.
- AVALIE AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS ATOS E PALAVRAS
Encontrar um equilíbrio entre o racional e o emocional é a chave para a assertividade nas tomadas de decisão. Esse equilíbrio é o resultado da experiência de vida e, portanto, dos erros cometidos ao longo do tempo. Por isso, desenvolva a capacidade de avaliar os erros tirando dela a experiencia, no lugar da inflexibilidade em mudar pensamentos e atitudes.
- DESENVOLVA AUTOCONTROLE E HABILIDADE SOCIAL
Autocontrole é a capacidade de controlar a si mesmo, ou seja, pessoas com a capacidade de agir racionalmente, impedindo que as emoções sobressaiam em relação à razão, sendo assim, conseguem ter atitudes mais claras e coerentes.
Em nossa escuta terapêutica observamos a contribuição da terapia floral para o restabelecimento emocional dos profissionais de saúde atendidos, ampliando o autoconhecimento, trazendo maior harmonia, promovendo melhor comunicação e habilidade social, que promove maior bem-estar e produtividade como um todo.
Gina M. G. Sommerfeld
Psicologia Clínica - CRP: 05/32130
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